sexta-feira, 13 de maio de 2016

Ter ou não ter um irmão



Ter irmão é ter alguém para conversar quando chega da escola. É ter alguém que te ouça, que pode te ajudar como ninguém mais. Que reconhece suas amigas falsas antes mesmo de você (e da sua mãe).
            Quem não tem irmão não sabe o que é discutir sobre quem vai tomar banho primeiro todo dia, não sabe o que é ficar conversando antes de dormir na casa da vó. Não sabe o que é ter tantas piadas internas que nem dá para contar nos dedos. Não sabe o que é ter vivido quase tudo junto, mesmo sem se dar conta às vezes. Quem não tem irmão pode até arrumar um melhor amigo parecido, mas nunca vai ser igual a ter um irmão.
            Não sabe quem não tem irmão o que é ficar REALMENTE brava com ele, não sabe como é ter aquelas briguinhas chatas (que aliás, no final sempre se resolvem). Não sabe o que é ter que assistir todos aqueles desenhos que ele assiste, e até saber algumas musiquinhas dos programas de cor. Não sabe o que é conhecer uma pessoa como conhece a própria palma da mão. Não sabe o que você sente quando ele está bravo e não deixa você abraçá-lo. Não sabe o que é ouvir todos os seus dilemas e acabar contando os seus para ele também.
            Não sabe o que é ouvir uma frase ou uma palavra quando não está com ele e lembrar de alguma piada interna ou de alguma coisa que só vocês dois sabem e começar a dar risada.
            Quem não tem irmão também não sabe o que é não conseguir imaginar uma vida sem as suas briguinhas, sem os chororôs, sem as birrinhas.
            Quem não tem irmão não sabe o que é ter que aguentar todas as piadas infames que ele conta (que se tornam engraçadas de tão bobas). Não sabe o que é saber que um dia ele também vai crescer, que nem todo mundo, mesmo que a gente não queira.