terça-feira, 12 de abril de 2016

Crônica de observação


            Hoje é um dia normal. “Normal”. O que faz de um dia um dia normal? Um dia em que as coisas correm como sempre correram? Nenhum dia é igual ao anterior, ou a qualquer outro que veio antes... Acordei reflexiva. Enfim, retomando, hoje é um dia normal. É um domingo, e estou caminhando em volta da Praça Buenos Aires, como faço todas as manhãs. Mas hoje resolvi prestar mais atenção no que está à minha volta, ao invés de pensar em coisas como quantas voltas faltam para eu poder voltar para casa.
            Não tenho tido tempo nem de dormir nessas últimas três semanas com esse novo trabalho que eu arrumei. Em um jornal. Bom, já imaginava que ia ser meio puxado, mas nada como está sendo. O dinheiro é bom, e os colegas de trabalho são bem legais também. Mas não sei se estou feliz fazendo isso, sem ter tempo de fazer nada além de trabalhar.
            Resumindo, estou bem cansada. E resolvi sair essa manhã para refrescar a cabeça, respirar um pouco.
            Acordei e tomei banho. Vou me encontrar com a minha família mais tarde para um almoço de domingo em família, então me maquiei, coloquei meu turbante mais bonito, e coloquei uma roupa bonita, mas ainda apropriada para andar na praça, pois daquela caminhada ai direto para a casa dos meus pais.
            Enfim, comecei a caminhar, e por volta da terceira volta percebi uma garota de uns 13 anos me observando com um caderno na mão, anotando avidamente enquanto me observava. Apesar de ter ficado incomodada no momento, continuei a minha caminhada. Na quarta volta, olhei para o lado e lá estava ela no mesmo lugar. E se ela fosse louca? Enfim, não a abordei, continuei andando pensando se ela ainda estaria lá quando passasse por ela de novo.
            Passei pelo banco. Não a vi, ela foi embora. Estaria ela com medo? De mim talvez? Olhei para os lados, para trás, para os lados de novo... E nada. Ixi, eu olhei para ela com uma cara quando passei ao seu lado... Enfim, desde que ela não esteja me seguindo estou bem. Mas onde estaria ela agora?

Um comentário:

  1. jup, gostei da sua crônica, adorei o jeito que você fez a crônica do outro ponto de vista que nem o sallum. Mas acho que você meio que enrolou na parte que sua personagem sai de casa e tals, acho qye você podia ter descrito mais a observação.

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